quinta-feira, outubro 19, 2006
plug out
No post anterior referi-me à liberdade extraordinária desta nova onda de internet, proporcionada pelas novas condições disponíveis (limites de tráfego crescentes, bandas largas cada vez mais rápidas) mas também impulsionadas por novos visionários que levam estas tecnologias ao limite, como a Google, a Youtube, Myspace, o próprio mundo dos blogs, Rss feeds, etc.
O que é fantástico neste "novo" mundo é que leva o anonimato moderno ao limite. Este anonimato, presente nas ruas quando passamos por "ilustres" sem quase nos darmos por isso, existe por uma supressão das diferenças no vestuário (antigamente percebia-se de imediato quem era o "capitalista" e quem era o "trabalhador". Hoje nem tanto), que ao chegarmos ao mundo da internet desaparece por completo. Aqui somos todos verdadeiramente "iguais" à chegada, sem outra imagem que não a nossa própria imaginação ou retórica no discurso.
Àparte dos problemas relacionados (pessoas que deixam o "mundo real" para se alienarem neste universo, como no caso de jogos MMORPG), as possibilidades são aliciantes, pois sugere um modelo social inteiramente novo, hipertextual. Um novo tipo de relacionamento entre pessoas e entidades, onde as regras são experimentadas e discutidas pelos próprios utilizadores. Cada um é livre de criar o seu "território" e descrever as regras com as quais cada um se entende. Discute-se tudo com muito maior rigor, tenacidade e confrontação do que em qualquer média oficial existente (cuja função parece ser sobretudo "informar o coitado do ignorante povo"). O nosso "estado", por exemplo, parece estar a anos-luz de chegar a este nível de "democracia".
Pena é que este ninho de liberdade esteja tão dependente das tecnologias que o servem. Não seria possível ter este tipo de comunicação sem blogs, sem internet? Sinal dos tempos, sobretudo do desintegramento social que vivemos, cada um virado para o seu computador e televisão (as crianças já não brincam ao monopólio. Jogam World of Warcraft). E é perigoso, sobretudo tendo em conta a situação energética em que nos encontramos num futuro próximo.
Ontem, houve um apagão aqui no atelier durante o dia inteiro. Vazio, não se fez nada. Senti-me inútil e impotente, como toda a gente aqui, mas nunca se falou tanto em arquitectura como neste dia. Curioso não é? Penso por outro lado se um dia não iremos plantar couves outra vez... e enquanto as houver...
O que é fantástico neste "novo" mundo é que leva o anonimato moderno ao limite. Este anonimato, presente nas ruas quando passamos por "ilustres" sem quase nos darmos por isso, existe por uma supressão das diferenças no vestuário (antigamente percebia-se de imediato quem era o "capitalista" e quem era o "trabalhador". Hoje nem tanto), que ao chegarmos ao mundo da internet desaparece por completo. Aqui somos todos verdadeiramente "iguais" à chegada, sem outra imagem que não a nossa própria imaginação ou retórica no discurso.
Àparte dos problemas relacionados (pessoas que deixam o "mundo real" para se alienarem neste universo, como no caso de jogos MMORPG), as possibilidades são aliciantes, pois sugere um modelo social inteiramente novo, hipertextual. Um novo tipo de relacionamento entre pessoas e entidades, onde as regras são experimentadas e discutidas pelos próprios utilizadores. Cada um é livre de criar o seu "território" e descrever as regras com as quais cada um se entende. Discute-se tudo com muito maior rigor, tenacidade e confrontação do que em qualquer média oficial existente (cuja função parece ser sobretudo "informar o coitado do ignorante povo"). O nosso "estado", por exemplo, parece estar a anos-luz de chegar a este nível de "democracia".
Pena é que este ninho de liberdade esteja tão dependente das tecnologias que o servem. Não seria possível ter este tipo de comunicação sem blogs, sem internet? Sinal dos tempos, sobretudo do desintegramento social que vivemos, cada um virado para o seu computador e televisão (as crianças já não brincam ao monopólio. Jogam World of Warcraft). E é perigoso, sobretudo tendo em conta a situação energética em que nos encontramos num futuro próximo.
Ontem, houve um apagão aqui no atelier durante o dia inteiro. Vazio, não se fez nada. Senti-me inútil e impotente, como toda a gente aqui, mas nunca se falou tanto em arquitectura como neste dia. Curioso não é? Penso por outro lado se um dia não iremos plantar couves outra vez... e enquanto as houver...