sexta-feira, outubro 13, 2006

 

sexta feira 13 mas pouco

Um dia como todos os outros!

Tenho escrito pouco mas pensado muito. Descoberto ferramentas interessantíssimas, das quais vos vou falar, seguido de um pequeno pensamento sobre como estas mudanças alteram o nosso panorama social e intelectual.

Várias navegações levaram-me ao Google Desktop, após uma pesquisa ao futuro do windows, o chamado Windows Vista e o seu sidebar. Queria qualquer coisa parecida. E existe! Com esta ferramenta, posso ter o meu gmail à vista, assim como um RSS feed, um dicionário inglês, tempo, estado de bateria, gerenciador de tarefas, tudo o que eu quiser, perfeitamente adaptável aos meus desejos. Mas talvez mais importante que isto é o facto de que qualquer pesquisa de ficheiros que faça, por maior que seja o meu disco, demora-me na ordem de segundos. Bem, décimas de segundos é uma melhor aproximação. Muito melhor do que ver o idiota do cão do windows a vasculhar o nosso lixo da maneira mais lenta e estúpida possível (mas também, o que se pode esperar do intelecto de um canídeo?!?), demorando por vezes dezenas de minutos. Impressionante é que dou por mim até a deixar de "navegar" pelas minhas pastas um pouco mais antigas para ir buscar qualquer ficheiro. Basta-me procurá-lo no Google Desktop e voilá.

Tudo isto descobri a propósito da chamada revolução do novo windows "vista". Vejam este video para terem uma ideia sobre o futuro do nosso sistema operativo. Potencialidades muito bem vindas. Pena é que sejam quase mais velhas do que o próprio Windows XP e tenhamos de esperar 5 anos por elas. Quem conheça o Mac OSX sabe do que estou a falar. De facto é uma desilusão, e a melhor notícia é que não temos de esperar mais, nem tão pouco adquirir o novo windows, cada vez mais aplicações de terceiras empresas nos fornecem estas lacunas no XP.

Por outro lado a Google está a comprar o YouTube, outro site que tenho aprendido a gostar imenso nos últimos meses, pelo seu anarquismo total e adesão máxima tanto de quem faz como de quem vê. Parece alterar o modo como vemos televisão. Até há pouco tempo, se não tínhamos visto alguma coisa interessante na TV... azar. Hoje parece que há um geek em cada canto a gravar precisamente aquilo que queríamos ver e não vimos e a "postá-lo" no youtube. Os meus favoritos são obviamente os vídeos do Daily Show e do Colbert Report... uma pérola é este vídeo com o Jon Stewart mais sério que já vi (e incrível como não deixa de ser hilariante) a ser entrevistado por um programa televisivo de debate ideológico da CNN, com o nome sugestivo de Crossfire, tendo a coragem de chegar ao programa e criticá-lo "não apenas porque é mau, mas porque está a fazer mal à America". Seis meses depois o programa acabou. Brilhante!

Outro vídeo interessantíssimo é por exemplo este "work in progress" de Noé, que tirou uma foto sua todos os dias nos últimos seis anos e as colocou num único vídeo de 5 minutos. Música lindíssima e uma sensação de efemeridade da vida nunca vista, será que vai continuar o seu projecto até morrer? Ainda se pode aprender um pouco de história, por exemplo, ouvir um discurso de M. Luther King, Winston Churchill, ou até mesmo procurar um pouco de arquitectura, há videos interessantes (embora enfim, reconheça que neste ponto nem tenho investigado muito).

Ainda outro site interessantíssimo, que, embora já o conhecesse há bastante tempo, o tenho visto com outros olhos ultimamente, é o famoso Wikipedia. Está a crescer! E o mais interessante é que eu, do nada, posso chegar ali e mudar completamente qualquer artigo. Posso discutir com as pessoas mais interessadas sobre o mesmo artigo e chegamos a conclusões interessantíssimas. O resultado ainda mais inacreditável é que cada artigo, por mais polémico que seja, acaba por se tornar extremamente sensível, sensato e rigoroso. Posso criar artigos absurdos (do ponto de vista enciclopédico), mas se por algum motivo esse artigo for útil ou for apreciado por uma certa comunidade, ele crescerá a olhos vistos (pequeno exemplo: artigo sobre bombas de GPL disponíveis em Portugal, ou porventura artigos de servidores disponíveis para jogos de computador). É, no fundo, um enorme bloco de notas construído pelo e para o mundo, do homem comum para o homem comum.

Surge-me um pensamento. O de que a internet verdadeiramente livre está a começar a existir realmente, derivados da combinação impressionante (e fundamental) da lógica faça-você-mesmo, partilhe-tudo, interaja-com-todos, e da acessibilidade instantânea e fácil a toda esta gigante pilha de dados que é o mundo inteiro. Um verdadeiro espaço social está a ser criado neste mundo virtual (e há que dizer algo sobre a "arquitectura" deste espaço. Fazer porventura uma analogia com a realidade, uma comparação, de modo a porventura extrair algo de novo... para a próxima). A grande ironia disto é que quem patrocina e investe nesta anarquia e liberdade extrema está-se a tornar parte da big corporation, o mesmo sector que luta incansavelmente para limitar este fenómeno, acusando a população de pirataria e abuso de direitos de autor, assim como de subjectividade - nunca esquecendo a rivalidade crescente entre o "jornalismo" e o "bloguismo" por exemplo, ver esta pérola do Daily Show sobre o assunto - . Será o fim da velha, enorme e conservadora corporação, ou apenas um intervalo optimista entre momentos de controle total? Dadas algumas previsões do futuro, apenas posso concluir: aproveitemos enquanto há tempo!

Comments: Enviar um comentário

<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?