quinta-feira, junho 02, 2005
A Tradição da Revolução!
Já é famosa a frase do nosso professor Pedro Abreu quando começa "apenas pela Tradição..."
... o problema começa precisamente aí. Acreditando nele e começando a fazer de modo "tradicional" deparamo-nos com um problema: a nossa tradição é revolucionária!! Senão vejamos: na Renascença uns tipos armados em iluminárias descobriram a perspectiva e outros umas ruínas romanas, outros ainda um discurso perdido de Vitrúvio. Resultado: Revolução! Não mais o Gótico, não mais o mito medieval, venha outro mito, o mito mais calmo e harmonioso do Clássico. Chame-se à Idade Média a Idade das Trevas e ponha-se um ponto final no assunto.
E a partir daqui não descansámos mais: descontentes com o Classicismo Harmonioso da Renascença, afinal aquela não era bem a representação mais verdadeira do mundo se bem que harmoniosa, com a mesma desenvoltura com que se atirou a Idade Média para o baú das más recordações, os génios como Miguel Ângelo descobriram outras "Maneiras" de se fazer arte, dando origem ao Maneirismo e ao Barroco. Venha o Movimento, o Drama, a Tragédia, o Horror. Venha o Deslumbramento e a Contra-Reforma (que se opunha à "Reforma", resultado lógico do Renascimento). O Barroco pouco mais tempo durou (sendo que o seu grande legado, quanto a mim, não foi a Arquitectura, demasiado "instável", mas sim a sua música) dando lugar ao Rococó e a todo um percurso Exótico formal de revoluções e contra-revoluções (Neo-revivalismos) até ao ponto final: o silêncio modernista (revolução marxista arquitectónica por excelência).
Há trinta anos, veio o Contra-Modernismo (mais designado por Pós-Modernismo) e lança a humanidade noutra revolução como alguns dos seus inspiradores disseram: "a única maneira de sermos modernistas é fazer ao Modernismo o que ele fez à Arte Antiga!!"
Pois então tudo muda para continuar no mesmo. E a França, bastante enraizada e conhecedora deste processo revolucionário (desde a Revolução Francesa, que foi o maior logro de que a humanidade ainda hoje é alvo) marca o ritmo: fora com a Europa que já não é um "prolongamento da França"! Fora com a Europa que já não nos interessa pois já "pensa por ela própria".
Nada como abortar o problema antes de ele nascer, cultura bastante europeia também.
Ou será que não?
... o problema começa precisamente aí. Acreditando nele e começando a fazer de modo "tradicional" deparamo-nos com um problema: a nossa tradição é revolucionária!! Senão vejamos: na Renascença uns tipos armados em iluminárias descobriram a perspectiva e outros umas ruínas romanas, outros ainda um discurso perdido de Vitrúvio. Resultado: Revolução! Não mais o Gótico, não mais o mito medieval, venha outro mito, o mito mais calmo e harmonioso do Clássico. Chame-se à Idade Média a Idade das Trevas e ponha-se um ponto final no assunto.
E a partir daqui não descansámos mais: descontentes com o Classicismo Harmonioso da Renascença, afinal aquela não era bem a representação mais verdadeira do mundo se bem que harmoniosa, com a mesma desenvoltura com que se atirou a Idade Média para o baú das más recordações, os génios como Miguel Ângelo descobriram outras "Maneiras" de se fazer arte, dando origem ao Maneirismo e ao Barroco. Venha o Movimento, o Drama, a Tragédia, o Horror. Venha o Deslumbramento e a Contra-Reforma (que se opunha à "Reforma", resultado lógico do Renascimento). O Barroco pouco mais tempo durou (sendo que o seu grande legado, quanto a mim, não foi a Arquitectura, demasiado "instável", mas sim a sua música) dando lugar ao Rococó e a todo um percurso Exótico formal de revoluções e contra-revoluções (Neo-revivalismos) até ao ponto final: o silêncio modernista (revolução marxista arquitectónica por excelência).
Há trinta anos, veio o Contra-Modernismo (mais designado por Pós-Modernismo) e lança a humanidade noutra revolução como alguns dos seus inspiradores disseram: "a única maneira de sermos modernistas é fazer ao Modernismo o que ele fez à Arte Antiga!!"
Pois então tudo muda para continuar no mesmo. E a França, bastante enraizada e conhecedora deste processo revolucionário (desde a Revolução Francesa, que foi o maior logro de que a humanidade ainda hoje é alvo) marca o ritmo: fora com a Europa que já não é um "prolongamento da França"! Fora com a Europa que já não nos interessa pois já "pensa por ela própria".
Nada como abortar o problema antes de ele nascer, cultura bastante europeia também.
Ou será que não?