quarta-feira, abril 27, 2005
Já Decidi
Não vou escrever mais. É que muitos podem achar piada a monólogos, eu acho-lhes a maior seca de todos os tempos, e para um blog que teve a ideia de ser um diálogo, tenho de admitir o falhanço redondo do objectivo.
Talvez mais tarde eu continue o projecto, porventura não como diálogo mas como um diário de um investigador da arquitectura, bem reconheço que agora não há tempo para nada...
Talvez mais tarde eu continue o projecto, porventura não como diálogo mas como um diário de um investigador da arquitectura, bem reconheço que agora não há tempo para nada...
sexta-feira, abril 22, 2005
E a música?
Festa da música, acabei de ouvir Beethoven, op 61 para violino e orquestra, simplesmente "Tchan!". O enaltecer do heroísmo, do ego humano como conquistador e personagem de drama e tragédia. Ponto de encontro com Nietzche!!
Excitante e dramático. Fraterno também. Tudo o que o séc. XX tem, dizem uns. Outros nem por isso. Não consegui no entanto deixar de fazer ligações sentimentais com a Arquitectura, na composição, no ritmo, no protagonismo das formas e das relações entre elas. Quanta harmonia existe na música e quão evidentes são as histórias que elas contam! Porque será que isto se perdeu na Arquitectura? Como recuperar isto?
Bem, fico sempre a pensar nesta pergunta, mas agora é tempo de dizer:
Haja alegria e cultura!!
Viva a festa da música!!
Excitante e dramático. Fraterno também. Tudo o que o séc. XX tem, dizem uns. Outros nem por isso. Não consegui no entanto deixar de fazer ligações sentimentais com a Arquitectura, na composição, no ritmo, no protagonismo das formas e das relações entre elas. Quanta harmonia existe na música e quão evidentes são as histórias que elas contam! Porque será que isto se perdeu na Arquitectura? Como recuperar isto?
Bem, fico sempre a pensar nesta pergunta, mas agora é tempo de dizer:
Haja alegria e cultura!!
Viva a festa da música!!
segunda-feira, abril 11, 2005
O criador ou o espectador?
Enquanto espero que o meu companheiro de armas se inspire, indago eu com uma primeira pequena questão, como uma pequena provocação de pensamentos. Ela surge-me na frase:
"Beauty is in the eyes of the beholder"
E não será mesmo verdade? Ainda hoje assisti a uma aula de slides do senhor professor Bagulho, em que mostrou as arquitecturas resultantes de objectos monstruosos construídos para alimentar a máquina de guerra alemã, depósitos de armas, depósitos de submarinos e afins. A protecção destes monumentos do funcionalismo total atingia proporções ridículas, em que se um depósito chegasse aos 15 metros de altura, 6 ou 7 seriam gastos nas várias lajes de betão massissas que os encimavam, de modo a se tornarem completamente impenetráveis pelas bombas aliadas.
Outros exemplos brotaram da sua imaginação fértil aquando das suas viagens: um conjunto de casotas para cabras em chapa de alumínio deixadas ao acaso pelo pastor no monte (em que se me dissessem que aquilo era uma maquete do Frank Gehry eu acreditava sem hesitações); sacos não bio-degradáveis com betão leve por dentro a encobrir por completo uma ruína arqueológica para a sua conservação aquando da subida das águas, por se encontrar perto de uma nova barragem.
Quem daria valor a estas coisas senão o arquitecto? Senão o fotógrafo, o artista demiurgo, o criador que vê para além do objecto que observa e VÊ o seu próprio objecto, uma metáfora (nuvens no céu), um conjunto de formas abstractas e inspiradoras, uma proporção, uma cadência ou ritmo, uma espessura. Uma perspectiva. Uma imagem!
E passará a arte por aqui? Não tanto pelo criar, mas pelo saber ver, que é o mesmo que testemunhar, experienciar o presente com o olho da intuição (que vê para além da razão). Saber ler, reler e interpretar sempre de modo diferente. Mas não uma diferença que valha por si (embora isso seja interessante de observar em si) mas sim pelo que ela contém de potencial, de potente e latente, desejoso de entrar em acção. Saber contemplar.
No outro dia aprendi que Einstein foi genial. A sua primeira grande genialidade foi juntar uma visão de um biólogo, que tinha pressentido a existência de micro-partículas dentro de um copo de água e a teoria dos átomos de um físico agarrado e obcecado exclusivamente aos livros e contas. A sua genialidade foi ver, saber ler e dizer ISTO é AQUILO. São ambos o mesmo, e assim se criou a sua teoria da fotossíntese. E assim ganhou o seu nobel.
Haverá alguma coisa no futuro chamada "novidade" que não existirá já? E se a encontrássemos?
"Beauty is in the eyes of the beholder"
E não será mesmo verdade? Ainda hoje assisti a uma aula de slides do senhor professor Bagulho, em que mostrou as arquitecturas resultantes de objectos monstruosos construídos para alimentar a máquina de guerra alemã, depósitos de armas, depósitos de submarinos e afins. A protecção destes monumentos do funcionalismo total atingia proporções ridículas, em que se um depósito chegasse aos 15 metros de altura, 6 ou 7 seriam gastos nas várias lajes de betão massissas que os encimavam, de modo a se tornarem completamente impenetráveis pelas bombas aliadas.
Outros exemplos brotaram da sua imaginação fértil aquando das suas viagens: um conjunto de casotas para cabras em chapa de alumínio deixadas ao acaso pelo pastor no monte (em que se me dissessem que aquilo era uma maquete do Frank Gehry eu acreditava sem hesitações); sacos não bio-degradáveis com betão leve por dentro a encobrir por completo uma ruína arqueológica para a sua conservação aquando da subida das águas, por se encontrar perto de uma nova barragem.
Quem daria valor a estas coisas senão o arquitecto? Senão o fotógrafo, o artista demiurgo, o criador que vê para além do objecto que observa e VÊ o seu próprio objecto, uma metáfora (nuvens no céu), um conjunto de formas abstractas e inspiradoras, uma proporção, uma cadência ou ritmo, uma espessura. Uma perspectiva. Uma imagem!
E passará a arte por aqui? Não tanto pelo criar, mas pelo saber ver, que é o mesmo que testemunhar, experienciar o presente com o olho da intuição (que vê para além da razão). Saber ler, reler e interpretar sempre de modo diferente. Mas não uma diferença que valha por si (embora isso seja interessante de observar em si) mas sim pelo que ela contém de potencial, de potente e latente, desejoso de entrar em acção. Saber contemplar.
No outro dia aprendi que Einstein foi genial. A sua primeira grande genialidade foi juntar uma visão de um biólogo, que tinha pressentido a existência de micro-partículas dentro de um copo de água e a teoria dos átomos de um físico agarrado e obcecado exclusivamente aos livros e contas. A sua genialidade foi ver, saber ler e dizer ISTO é AQUILO. São ambos o mesmo, e assim se criou a sua teoria da fotossíntese. E assim ganhou o seu nobel.
Haverá alguma coisa no futuro chamada "novidade" que não existirá já? E se a encontrássemos?